Que Eu Seja a Última: resenha sobre o livro de Nadia Murad
Palabras clave:
Estado Islâmico – gênero – Yazidi – Escravidão sexual – Conformidade.Resumen
Por meio da presente resenha, pretende-se refletir sobre os esforços da ex-escrava sexual yazidi e autora da autobiografia Que eu seja a última: minha história de cárcere e luta contra o Estado Islâmico. Seus atos permeiam, desde a persecução criminal internacional dos ex-membros do grupo terrorista Estado Islâmico, até a sua influência na prevenção e tentativa de mitigação dos efeitos da violência sexual relacionada ao conflito armado. A obra da autora transpassa a condição e trajetória de mulher yazidi livre à vítima de escravidão sexual, e de refugiada – vítima sobrevivente – à ativista de direitos humanos. Os documentos oficiais, como resoluções e relatórios produzidos pela ONU e Parlamento Europeu, bem como, artigos e outras fontes de pesquisa consultadas, conferem pertinência a narrativa apresentada no livro. Hoje, Nadia Murad é uma das vozes que ecoam no globo não somente em prol de punição dos membros do Estado Islâmico. Também atua em parceria com organizações não governamentais num viés mais centrado na vítima sobrevivente. O Murad Code Project pretende evitar a repetição das experiências narradas no livro e pode ser uma influência ética voltado às boas práticas dos estados no enfrentamento da violência sexual relacionada aos conflitos armados.